Ultrassom
A ultrassonografia é uma técnica de imagem que permite analisar a morfologia e as propriedades mecânicas de vísceras, glândulas e do tecido miotendíneo. O ultrassom é um equipamento com custo relativamente baixo (em comparação à ressonância magnética), não emite radiação ionizante, o que o torna seguro, e muitos equipamentos comerciais são portáteis, permitindo a pesquisa em campo.
Nos últimos anos, a ultrassonografia tem sido cada vez mais utilizada por pesquisadores na área da biomecânica. Parâmetros importantes da arquitetura muscular como o ângulo de penação, comprimento do fascículo, espessura muscular e área de secção transversa anatômica podem ser mensurados (Figura 1). Esses parâmetros estão relacionados à função muscular. Objetivos como caracterização e comparação entre distintos grupos (faixas etárias, portadores de patologias, atletas) e acompanhamento das respostas miotendíneas após a aplicação de protocolos de exercícios podem ser alcançados por meio da mensuração de tais parâmetros. Além disso, a rigidez do tecido pode ser estimada (vídeos de deslocamento do tecido) ou obtida em tempo real por meio da elastografia (Figura 2).
Figura 1: imagem de ultrassom do músculo vasto lateral de um indivíduo jovem e saudável. Alguns parâmetros da arquitetura muscular foram mensurados como ângulo de penação (AP), comprimento do fascículo (CF) e espessura muscular (EM). AS: aponeurose superficial e APr: aponeurose profunda (Fonte: UFRJ).
Figura 2: imagem modo-B (à esquerda) e de elastografia (à direita) de uma peça de músculo bovino. A escala de cores varia do vermelho (soft ou mole) ao azul (hard ou duro). (Fonte: Laboratório de Biomecânica, UFSC).
O laboratório de Biomecânica da UFSC adquiriu em 2016 o equipamento de ultrassom LOGIQTM Expert (S7, Massachusetts, EUA), contendo dois transdutores lineares operando nas frequências 6-15 MHz e 8-18 MHz. Este equipamento pode ser utilizado juntamente com o dinamômetro isocinético Biodex em estudos que exigem controle do ângulo articular ou análise do tecido miotendíneo em condições dinâmicas como contração isométrica e/ou mobilização passiva (Figura 3).
Figura 3: Setup experimental da coleta de imagens ecográficas do deslocamento da junção miotendínea do gastrocnêmio medial durante a mobilização passiva do tornozelo, permitida pelo dinamômetro Biodex. (Fonte: Laboratório de Biomecânica, UFSC).
Elaborado por: Kelly Mônica Marinho e Lima – Pós doutoranda em Educação Física UFSC